sábado, setembro 10, 2005

Importância da letra nas obras musicais

Este tema foi colocado pelo meu amigo Guilherme Almeida.


Muitas vezes dou por mim a ouvir muita malta jovem, tipo karaoke ao mesmo tempo que se faz ouvir a musica a debitar as palavras dessas mesmas musicas, sendo que a maioria são em inglês. Pergunto? Será que esses jovens na sua maioria sabem o significado dessas palavras? Será que têm o conhecimento do inglês suficiente para sabeream a tradução dessas palavras? Sinceramente acho que não.
Por outro lado também somos confrontados sobreudo na world music por imensa musica oriunda de países de cuja lingua nada entendemos, vidê Africa, Grécia, China, Mongólia, Polónia, etc. Afinal que importância damos às letras dos temas? nenhuma! Porque não as percebemos.
Assim à musica em si ascende a um patamar superior no meu entender. O som melódico, o encadeamento e o som produzido são o alvo do nosso ( ou não) contentamento e satisfação pelo que ouvimos.
No caso da nossa musica, aí sim o poema, os versos, as palavras podem ter maior significado. Mas acontece aqui muitas vezes o oposto, o dar-se mais valor e atenção às palavras e descurar-se na construção da musica. Quantos belos poemas levam em cima musica paupérrima?
Acho que as boas palavras merecem musica sempre de qualidade. No meu caso dou muito mas muito mais valor à musica em si, doq ue à qualidade das palavras. Se quiser ler boas palavras e grandes textos compro um livro. Mas quando compro um cd quero é ouvir boa musica. Que dizem os caros leitores deste site? O Debate stá aberto!.

3 Comments:

At 1:07 a.m., Blogger Avô Mokka said...

Com efeito parece-me existirem três vertentes nesta questão:

1- Em muitos casos as pessoas não sabem efectivamente o suficiente da língua (quase sempre inglês) para entenderem o que se diz. É vulgar ver pessoas a cantar letras que elogiam os principios que essas pessoas repudiam. Por ex. um presidente da câmara do PSD a cantar em público, num karaoke, uma música francamente de esquerda revolucionária. Ou mais vulgarmente, meninas delicadas a cantarem letras elogiando a droga, a violência, o racismo, etc.

2- Outros casos há (mais frequentes) em que as pessoas não percebem que o poema é muito mau, às vezes de uma pobreza literária e ideológica porque é numa língua estrangeira e não nos apercebemos da vulgaridade das palavras. Vamos dar um exemplo:

Olha para a minha namorada
É a única que tenho
Não é grande coisa
Nem parece que me dê muito

Tomo um Jumbo
Através da água
Gosto de ver a América

Vejo as miudas
Na Califórnia
Pergunto-me se seré verdade
Mas não posso fazer grande coisa

Tratando-se de uma canção de grande sucesso, fartei-me de a cantar, todo contente, sem pensar no que estava a dizer, ou seja, NADA. Devo dizer que quase todas as canções de grande sucesso comercial en língua inglesa têm um poema pior do que as do Zé Cabra.
Um fenómeno de que as pessoas já não se lembram e os mais novos não conhecem, foi o do rock em português. Durante mais de 20 anos, o rock português foi cantado em inglês porque, o tipo de letra que se pretendia, se fosse cantada em português, era imediatamente reconhecida como sucata. Até que apareceu um tipo chamado Carlos T que inventou a forma de escrever um poema rock, terra-a-terra, simples e de qualidade. Passado um ano, o rock português era um sucesso com dezenas de bandas a cantar em português. Claro que passado pouco tempo, a maioria desapareceu, por falta de qualidade, mas serviu para mostrar que os portugueses são esquisitos com o poema. Muito mais que os anglo-saxónicos.


3- Finalmente, há as muitas situações em que realmente não conseguimos entender patavina (música ucraniana, mongol, inuit ou esquimó) e apenas apreciamos a musicalidade das palavras. Perde-se por vezes com isso, porque ficamos sem saber se é uma música épica, romântica, fúnebre, ou outra. Mas como são culturas que conhecemos mal, é provável que não ajudasse muito porque não íamos entender correctamente. Por exemplo: um mongol, cair de um cavalo numa corrida é mais dramático para ele do que um português ficar capado num acidente de motorizada. Para um esquimó, o facto de a mulher se recusar a ter uma noite de sexo com um amigo que o visita, é uma vergonha que, em tempos idos podia levar ao abandono do lar.
Claro que seria difícil inserirmo-nos no contexto de um poema vindo de culturas tão diferentes das nossas.


Além destas considerações, temos ainda que lembrar as muitas vezes em que a música se encontra totalmente desajustada do poema. Mas aí já estamos a partir do princípio de que entendemos o poema.

O que seria desejável?
Entender os poemas antes de começar a cantá-los ? Seria o ideal.
Entender os poemas tão bem ou melhor do que as pessoas que vão ouvir-nos cantá-los? Penso que é a solução possível.

Há outras possibilidades ?
Como sempre, ficamos a aguardar opiniões.

Assinado: http://estudiosmokka.pt.vu

 
At 7:18 p.m., Anonymous Anónimo said...

É boa e calha bem que estava a ouvir a TSF, que andou a perguntar a vários políticos quais eram as suas 10 músicas favoritas.
Então a Srª Drª Maria José Nogueira Pinto, do CDS, escolheu por ex: THE HOUSE OF THE RISING SUN, dos Animals.
Esta é uma cantiga a elogiar uma casa de putas. Não sei se ela tem algum conflito interior entre as suas preferências políticas e artísticas, mas outra das músicas escolhidas é uma obra de Donovan, uma espécie de hino revolucionário característico de uma forte trip de heroína ou outra das drogas duras que o cantor usava.

Efectivamente, das três uma:

Ou a Drª Maria José Nogueira Pinto pertence ao CDS apenas porque o tacho estava disponível, ou não percebe inglês, ou então anda enganada pelos camaradas do partido que lhe disseram que o CDS é um partido de hipies revolucionários.


Que seja por uma razão ou por outra, dou razão ao Guilherme.

ass: UM CURIOSO

 
At 7:49 p.m., Blogger Avô Mokka said...

Bem observado amigo "um curioso".
Verifico que gostou do blog. Continue a visitar-nos.

 

Enviar um comentário

<< Home